Transtornos mentais na gravidez: Quem está mais propensa a desenvolver?

Uma em cada quatro grávidas pode desenvolver transtorno mental ainda durante a gestação. Saiba como passar pelo momento com mais tranquilidade.

A gestação é, por si só, um período de várias transformações. Todas essas mudanças, biológicas e não biológicas, podem expor a pessoa grávida a uma situação de vulnerabilidade psicológica. Segundo um estudo publicado no “British Journal of Psychiatry”, uma em cada quatro grávidas pode desenvolver transtorno mental ainda durante a gestação. Ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e transtorno obsessivo-compulsivo são os quadros mais comuns entre as gestantes. 

Quem já tem um histórico de transtorno mental costuma ser mais propenso a desenvolver um novo quadro durante a gestação. Mulheres com transtorno bipolar, por exemplo, têm 100% mais risco de ter um episódio psicótico. Mas outros fatores, como histórico familiar, suporte social reduzido, gravidez indesejada e conflitos com o parceiro ou a parceira podem ser gatilhos. Além disso, a própria oscilação hormonal durante o período pode desestabilizar a pessoa. 

Para minimizar a probabilidade de um episódio de crise para aquelas que já têm alguma condição mental ou evitar o desenvolvimento de um novo quadro, o acompanhamento especializado é fundamental. É o que explica a psiquiatra dra. Paula Dione:  

“A gestante ou tentante que já se sabe portadora de sofrimento psíquico tem indicação de ser acompanhada por equipe multiprofissional, contando com médico e outros profissionais da obstetrícia, além de médico psiquiatra e psicólogo, proporcionando adequado aconselhamento pré-gestacional, pré-natal e após o parto, lembrando inclusive que a grande incidência de eventos ligados a transtornos psiquiátricos está relacionada ao pós-parto”. 

Uma das grandes questões é o uso de medicação durante a gestação. Quem já faz algum tratamento medicamentoso para transtorno psiquiátrico pode se ver obrigado a suspender temporariamente o uso dos remédios. Nesse cenário, manter um acompanhamento terapêutico é uma das principais recomendações, para conciliar todas as transformações do período. Mas, além disso, hábitos simples como dormir bem e praticar exercícios, por exemplo, já ajudam.

A psicóloga Alessandra Augusto, pós-graduada em terapia sistêmica e pós-graduanda em terapia cognitivo-comportamental e em neuropsicopedagogia, dá mais dicas de como passar por esse momento com mais tranquilidade. 

“Além dos medicamentos, a prática de atividades como caminhada, ioga, e até mesmo o hábito da meditação ajudam a melhorar pontos como a própria frequência cardíaca, a respiração e a oxigenação no cérebro, proporcionando bem-estar”, diz.

Ter uma rede de apoio também faz toda a diferença. “É importante que cônjuges e familiares estejam presentes e ofereçam um ambiente de conforto e segurança”, destaca Alessandra.

A dra. Paula concorda, e sinaliza como esse apoio pode ser oferecido. “Oferecer apoio no sentido de oferta de presença e escuta costuma ser o melhor caminho, deixando a pessoa livre para solicitar (sabendo que pode contar) ou recusar, de acordo com sua necessidade em cada momento”, finaliza.

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